Design: OH RAIOS!? Que katso é isso?
A gente vive dizendo: “gosto do design disso”, “não gosto do design daquilo”… Normalmente, estamos nos referindo àquele móvel estiloso, um utensílio doméstico diferente, ou qualquer objeto que desperte nossa atenção pela criatividade ou beleza. E assim, sem perceber, usamos a palavra design para rotular aquilo que achamos bonito, irreverente… como se fosse só isso: uma função meramente ilustrativa.
Mas… design é muito mais!
Ele pode, sim, ser bonito ou feio, bom ou ruim — e, por vezes, até inútil. Reconhecer o design na sua essência, entendê-lo em sua função principal, não é tarefa simples. Como tudo na vida, exige prática, curiosidade, conhecimento.
Para mim, o design é, acima de tudo, uma via de relacionamento: entre você, eu, o cliente… e o mundo que nos cerca. Ele precisa ser funcional, tem que cumprir um objetivo, resolver um problema — seja através de uma solução completamente nova, ousada, ou simplesmente aprimorando algo que já existe.
Design é um termo complexo — e, mais do que isso: não é nada fácil de promover! Às vezes, pode até parecer simples… mas não se engane: não é.
O bom design não precisa de um manual de instruções, nem de longas explicações. Ele é intuitivo, direto, natural. Pensa comigo: uma criança pega um tablet e, em minutos, entende como interagir. Claro, há uma questão geracional aí, mas a verdade é que os aplicativos, os sistemas e até a forma como tocamos na tela são pensados para serem intuitivos.
Um profissional de design carrega dentro de si inúmeras referências. Muitas vezes, um bom briefing ou uma necessidade que pulsa no cliente é o ponto de partida para um projeto. Um web designer, por exemplo, não escolhe cores ou fontes ao acaso: ele estuda usabilidade, tipografia, funcionalidade, contraste, desempenho, acessibilidade… são tantas as variáveis! Se não fosse pelo olhar atento e pelo poder de síntese que um designer desenvolve, dificilmente essas escolhas seriam feitas de maneira tão acertada.
E veja: não precisamos ir muito longe para perceber a presença e a importância do design. Você está confortável aí, sentado? Pois bem… esse móvel que te sustenta foi pensado com critérios de conforto, ergonomia, estética… Se ele cumpre bem esse papel, parabéns: isso é bom design!
Até aquela reunião enfadonha das 17h30, na sala fria da empresa, pode ser menos sofrida se usarmos ferramentas do design — uma apresentação mais clara, uma disposição mais inteligente dos elementos, uma comunicação mais eficiente.
Eu, particularmente, só sei se o que estou criando cumpre sua função de verdade quando pergunto. Pergunto ao cliente. Pergunto ao cliente do cliente. Pergunto ao porteiro, à minha mãe, a uma criança, a um idoso… Pergunto a quem vai, de fato, usar aquilo que desenhei. Peço feedback. Observo o comportamento. Analiso se a usabilidade está boa, se a funcionalidade está clara, se o resultado está fluindo como deveria.
No fim das contas, é sobre isso: entender quem e como vai usar o que criamos. Fazer a lição de casa.
Espero que, depois dessa introdução, você tenha ficado ainda mais curioso para conhecer esse universo que, acredite, é imenso. Isso aqui é só a pontinha, a parte visível de um iceberg gigantesco…
Design é muito mais!
Até mais!
Com carinho,
Lia